Obter vantagem competitiva sempre foi fundamental para que grandes negócios se perpetuassem. Mão de obra mais barata, insumos melhor utilizados, mecanização e estrutura mais produtiva são alguns exemplos de medidas historicamente utilizadas pelas grandes corporações mundiais a fim de manter no mercado produtos e serviços acessíveis a seu público alvo. Neste cenário, surgiu a terceirização com o propósito de transferir a terceiros atividades que, estrategicamente, não deveriam ser de responsabilidade do contratante, seja por redução de custos, melhora na qualidade dos serviços ou simplesmente por especialidade.
A terceirização, em seu sentido mais amplo, apesar de tema atual no Brasil, é uma prática antiga. Na Grécia Antiga já se fazia. Já o modelo de terceirizar uma parte de seu ciclo produtivo foi iniciada antes da 2º guerra mundial nos Estados Unidos na indústria e depois melhorada nas escolas de administração. No Brasil, a terceirização teve início por meados dos anos 80 através da chegada das multinacionais da área automobilística. Importante fundamentar que neste caso, a terceirização era realizada exclusivamente com foco na redução de custos.
A terceirização é uma grande demonstração de como as relações de trabalho vem se desenvolvendo ao longo da história com o propósito de aumentar a capacidade de produção. Quando se fala em produtividade é importante frisar que não estamos apenas olhando o aumento da entrega de produtos ou serviços ao consumidor final. A produtividade, principalmente pela competição global cada vez mais acirrada, precisa caminhar lado a lado com o aumento da qualidade dos produtos ou serviços, melhora nas condições de fornecimento, maior interação através das centrais de atendimento, etc.
Já no longínquo século XVI, na era das navegações, havia uma busca, dentre outras coisas, por produtos diferentes e inacessíveis, a grande maioria que pudessem ser comercializados. Na revolução industrial, os trabalhadores deixaram de exercer suas tarefas em locais aleatórios, geralmente próximos às suas residências, para trabalharem em um local fechado, concentrado, onde podiam focar totalmente em suas atividades e automaticamente se tornarem mais produtivos; as fábricas. Foi principalmente nesta época que grandes pensadores, administradores e gestores iniciaram a busca incansável da melhor maneira de fazer aquilo para o qual o negócio se propunha a oferecer.
A revolução industrial aproximou regiões, pessoas e principalmente produtos através da locomoção por ferrovias, navios e meios de comunicação. Além disso, as indústrias serviram como base para a estruturação do trabalho em empresas. Foi pensando na maior eficiência das indústrias que surgiram as teorias gerais da administração. A busca por organizar profissionais em linhas de produção fazendo apenas movimentos repetidos fazia parte do propósito maior que era o de aumentar produtividade, baratear os custos de produção e oferecer um produto mais acessível ao mercado consumidor.
Logo, não poderia ocorrer em outro ambiente senão na indústria, o objetivo de mudar a organização de uma estrutura vertical para uma estrutura horizontal em que atividades acessórias pudessem ser realizadas por terceiros liberando espaço para focar na atividade principal ou mesmo na criação de peças das quais haja maior conhecimento, quando se pensa na indústria automobilística.
Os avanços tecnológicos, gerenciais, logísticos e até mesmo culturais dos trabalhadores foram cruciais para que pudéssemos produzir riquezas, tornar produtos e serviços que hoje vemos como básicos (telefone, internet, etc.), acessíveis, encurtar distâncias e nos tornar seres humanos mais saudáveis, educados e porque não, seres humanos melhores. Podemos dizer que a terceirização também fez parte deste processo, principalmente quando fazemos a análise mais aprofundada sobre este termo amplo que, apesar de ser discutido atualmente, não é totalmente entendido pelas pessoas.
Historicamente, a terceirização é uma ferramenta defendida pelo neoliberalismo. O propósito sempre foi o de servir como mais uma fonte impulsionadora de produtividade para os envolvidos no mercado. Se por um lado os adeptos à esquerda sempre lutaram por melhores condições de trabalho, ou seja, aumento na remuneração, redução de carga horária, e tantos outros direitos que, felizmente, fazem parte dos atributos que os trabalhadores podem gozar, a direita com viés neoliberal sempre se posicionou a favor de ações que facilitassem ou auxiliassem às empresas a se tornarem mais competitivas.
Logo, partindo deste princípio histórico, é natural que haja, atualmente, uma parcela de adeptos à terceirização, não se opondo inclusive a forma mais extrema dela; a terceirização de qualquer atividade de uma empresa, e haja também, vozes clamando contra a terceirização, usando argumentos, teoricamente, direcionados à manutenção das condições de trabalho atual, o que a CLT e uma boa fiscalização do governo tranquilamente podem assegurar.
Já que a terceirização surge na época das indústrias com o propósito de tornar horizontal a estrutura hierárquica organizacional, aumentando foco nas atividades que se dominava e buscando além de redução de custos a especialização de terceiros na realização de serviços ou na produção de peças, naturalmente a terceirização ganharia evidência na indústria automobilística, mais precisamente no Toyotismo.
O ser humano sempre teve como uma de suas características o constante descontentamento com conquistas já adquiridas. Essa característica foi fundamental para que pudéssemos evoluir criando novas tecnologias que melhoraram nossos meios de transporte, de comunicação, alimentação, enfim, nossa forma de sobreviver. Graças a essa característica acoplada a outras que os carros começaram a ser produzidos em grande escala no fordismo e passaram a ser melhor produzidos no Toyotismo.
Quando o consumidor passou a buscar variação nos veículos adquiridos, o modelo de produção da Toyota foi muito bem sucedido. Estrutura enxuta, profissionais que realizavam mais atividades, terceirizados fazendo parte do processo e produtos variados transformaram o mercado. A terceirização foi incorporada e aceita naturalmente pois realmente é impensável, principalmente nos dias de hoje, que um veículo composto por uma imensidão de peças, seja produzido totalmente em um único lugar.
A terceirização de parte do processo produtivo, principalmente quando se fala em peças, sistemas, equipamentos, etc., é facilmente aceita. Não há discussão, por exemplo, nos dias de hoje, se um administrador deveria implantar um ERP para controlar e gerenciar melhor a organização ou se deveria contratar mais mão de obra para que seja possível fazer estes controles manualmente. Não há dúvidas de que, a grande maioria das empresas, devem terceirizar sua contabilidade, em vez de manter em seu quadro de funcionários e em sua estrutura um contador. Essa constatação se expande também tanto a áreas técnicas (advogados, web designers, etc.,) quanto a áreas cujos profissionais que atuam não possuem formação (motoboy, panfleteiro, etc.).
A terceirização faz parte das relações profissionais há muito tempo. Os objetivos principais ao se escolher passar a um terceiro uma tarefa que a empresa necessariamente precisa executar são obviamente redução de custos e melhor desempenho do terceiro naquela tarefa específica. Ambos objetivos estão interligados, sendo que um deles pode até ser mais evidente que o outro, mas os dois estão sempre presentes.
No Brasil, a terceirização, apesar de ter “desembarcado” através da indústria automobilística, foi melhor percebida a partir de 1995 quando se iniciou a terceirização de mão de obra nos órgãos públicos. Inicia-se a partir daí o grande embate sobre benefícios e malefícios da terceirização.
Diversas micro e pequenas empresas foram criadas com o propósito de atender à administração pública contratando e alocando profissionais nos órgãos públicos.
Para os órgãos públicos, a princípio, a terceirização foi extremamente benéfica pois facilitou a realização dos serviços meio (limpeza, vigilância, portaria, recepção e jardinagem) já que estes profissionais não precisariam passar por toda burocracia de serem contratados através de concurso e trouxe redução de custos. Além das dificuldades e demora que qualquer órgão público enfrenta para conseguir abrir um concurso, há também a dificuldade de extrair produtividade dos profissionais concursados pois após o período probatório, eles conseguem plena estabilidade no cargo, podendo ser demitidos apenas após abertura de processo administrativo. Isso, inclusive, é um dos motivos dos serviços públicos não atenderem com excelência a necessidade da população. Ao adentrar profissionais do mercado, a produtividade aumenta automaticamente pois eles podem ser facilmente trocados por profissionais melhores. Logo os serviços que são o objeto de contratação, portanto o mais importante, são realizados com mais qualidade.
Para o mercado, a criação de novas empresas sempre é benéfico, pois o aumento da concorrência exige produtos e serviços de mais qualidade e melhores preços. Dados atuais demonstram que 98% dos empreendimentos no Brasil são de micro e pequenas empresas. As empresas de terceirização, pelo menos a grande maioria, fazem parte destes 98%. Inegavelmente houve aumento na criação de empregos quando os órgãos públicos passaram a terceirizar as atividades meio, pois para cada empresa criada com o propósito de prestar serviços aos órgãos públicos, há uma movimentação e demanda natural dos seus stakeholders (fornecedores, prestadores de serviço, instituições financeiras, etc.).
Nós da Fator A, somos uma empresa especializada em limpeza profissional. Além dos serviços pontuais, também fazemos a terceirização dos serviços de limpeza não só para órgãos públicos, quanto para empresas, indústrias, comércio, condomínios, escolas, faculdades e bancos. Os nossos profissionais não só têm seus direitos previstos em lei preservados, como recebem outros benefícios, além de treinamento e aperfeiçoamento constante. Acreditamos na perfeita integração entre profissionais, materiais, equipamentos modernos e processos operacionais para atender as demandas dos clientes com excelência. Temos certeza que a terceirização é um ótimo caminho, apesar de haver empresas ruins no mercado. Mas em qual mercado não há problemas? Para finalizar Segundo INDALÉCIO NETO e RIDER BRITO (2012) a terceirização é uma tendência mundial e precisa de regras jurídicas para manter a ordem e resultar no objetivo que é dar flexibilização ao processo produtivo, reorganizando a produção e mudando os padrões da relação de emprego.
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